Otimismo e gripe suína


Comparando com as estimativas do plano de preparação para epidemia de influenza do Ministério da Saúde, os prognósticos feitos neste blog são extremamente otimistas. Engraçado que nenhum jornalista se deu o trabalho de ler o plano do governo, mas apenas ficam repetindo as notas tranquilizadoras diárias para a mídia.

Do plano do Ministério da Saúde (pág. 24):


Considerando que toda a população eventualmente se exporá ao vírus e que cerca de 20 a 33% desta irá desenvolver caso clínico de gripe, estimou-se entre 35 a 67 milhões de casos de gripe ao final da pandemia (Tabela 7). Uma fração desta população irá desenvolver quadros complicados, em parte devido a vulnerabilidades relacionadas à idade e a co-morbidades.

Utilizando os parâmetros propostos na seção de métodos, estima-se que 3 a 16 milhões de brasileiros venham a desenvolver complicações, isto é, vão requerer algum tipo de tratamento médico específico (antibióticos, ventilação, etc).

As estimativas de hospitalização (isto é, de casos graves) foram obtidas partindo da premissa de que 1% dos casos complicados terá acesso a tratamento adequado e que este tratamento tenha uma eficácia de 80% para pacientes no grupo de baixo risco e 50% no grupo de alto risco.

Neste cenário, espera-se 205 mil a 4,4 milhões de casos graves no Brasil, requerendo hospitalização (Tabela 8). Se 40% destes necessitarem de UTI, então a estimativa é de 80.000 a 1.700.000 pacientes requerendo vaga na UTI.

Cenário otimista

Casos clínicos: 35.208.997
Complicações: 3.058.832
Casos graves: 205.057

Cenário intermediário

Casos clínicos: 48.690.920
Complicações: 6.639.921
Casos graves: 894.773

Cenário pessimista

Casos clínicos: 67.328.839
Complicações: 16.344.894
Casos graves: 4.394.889

PS: Acho que alguém deveria ensinar o conceito de algarismos significativos para quem elaborou o plano do Ministério da Saúde...

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