Um amigo sempre diz que os resultados da pesquisa inovadora devem ser avaliados em bloco e no longo prazo (muitas formiguinhas procurando o açúcar). Não é apenas a pergunta de Faraday "Para que serve um bebê?", mas sim: "É preciso gerar muitos bebês para que surjam alguns Einsteins, alguns Ronaldinhos e algumas Gisele Bundchen". Caminhadas estocásticas ou deterministas visando otimização de localização de alvos aleatórios, uma área que eu estudo e que "não serve para nada" mas...


Nova técnica faz curativo a vácuo barato para facilitar cicatrização

Estratégia foi desenvolvida no Hospital Universitário da USP. Custo semanal cai de R$ 3.000 a R$ 4.000 para R$ 30.

Da escova usada para lavar as mãos é aproveitada a esponja esterilizada. As mangueiras plásticas e a rede de vácuo são as mesmas sobre os leitos de qualquer hospital. Foi com materiais simples que o médico Fábio Kamamoto desenvolveu um curativo capaz de mudar a vida dos pacientes.

Carlos correu o risco de perder a perna depois de um acidente de moto. O corte profundo e infeccionado não cicatrizava. O quadro mudou em sete dias com o uso do novo curativo. Foi um alívio? "Com certeza, porque eu podia perder minha perna, né? Graças a esse curativo eu estou com ela aí, firme e forte para outra", diz.

Kamamoto demonstra como o curativo funciona. Feridas provocadas por acidentes, queimaduras ou diabetes são cobertas pelas esponjas e envolvidas com plástico adesivo. Um tubo ligado à rede de vácuo faz uma sucção constante. Essa drenagem impede infecções e promove a multiplicação de vasos e a regeneração do tecido.

A novidade ajudou João a se livrar do corte de uma cirurgia complicada que não fechava. "Depois de três dias que foi instalado esse sistema, você já percebe a diferença, que o corte vai se fechando, porque ele fecha de dentro para fora."

O curativo a vácuo desenvolvido aqui no Hospital da Universidade de São Paulo tem o mesmo resultado do similar importado usado em hospitais particulares. O que muda, e muito, é o preço -- que faz uma grande diferença na hora de tratar quem não pode pagar.

De R$ 3 mil a R$ 4 mil por semana, o preço dos curativos cai para cerca de R$ 30. O sistema, aperfeiçoado com ajuda de engenheiros da Escola Politécnica, foi patenteado e já pode ser usado por qualquer um que precisar.

"A ideia é divulgar conhecimento, difundir um tratamento que vai ser mais eficiente, que vai ter um custo mais acessível para todas as pessoas do país inteiro", diz Kamamoto.

Hospitais que se interessem podem entrar em contato com o Hospital Universitário da USP, que se dispõe a dar o treinamento necessário. Interessados podem entrar em contato pelo telefone (11) 3091-9200. O Hospital Universitário da USP fica na Avenida Professor Lineu Prestes, nº 2565, na Cidade Universitária, em São Paulo.

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