Funes o Memorioso


Drogas para melhorar atividade mental geram debate


Ben Hirschler


O aumento no número de casos de pessoas saudáveis que ingerem pílulas para melhorar sua performance em provas ou no trabalho representa uma preocupação ética e médica de longo prazo, afirmou na quinta-feira a Associação Médica Britânica (BMA).
O órgão deseja promover um debate público sobre os riscos e os benefícios envolvidos na utilização de remédios que aumentam a memória e a concentração, chamados algumas vezes de "aperfeiçoadores de cognição".
A possibilidade de prescrever medicamentos e procedimentos médicos para melhorar a performance intelectual deve expandir-se significativamente nos próximos 20 ou 30 anos devido aos avanços da ciência.
"Sabemos que, provavelmente, haverá uma demanda por esses tratamentos vinda de pessoas saudáveis", afirmou Tony Calland, presidente da Comissão de Ética Médica da BMA, no lançamento de um estudo sobre a questão.
"No entanto, levando-se em consideração que nenhum remédio ou procedimento médico está livre de riscos, seria ético disponibilizá-los para pessoas que não sofrem de doença nenhuma?"
O uso ilegal de medicamentos controlados que aumentam a capacidade mental é bastante comum nos EUA e deve aumentar na Grã-Bretanha, afirmou a BMA.
Hoje, o consumo de produtos farmacêuticos para melhorar a performance limita-se, de modo geral, a certos grupos - em especial, aos estudantes na época de provas.
Entre as escolhas mais comuns incluem-se medicamentos usados no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, como o Ritalina, ou metilfenidato, fabricado pela Novartis AG e por outras empresas.
Tais medicamentos podem ser comprados facilmente pela Internet. No futuro, os cientistas poderão oferecer tratamentos definitivos contra distúrbios de memória ou déficit de concentração por meio de estímulos cerebrais e neurotecnologia.
Esses tratamentos envolveriam técnicas como o estímulo magnético transcraniano, conhecido como "botox para o cérebro", em que pulsos magnéticos são usados para estimular regiões específicas da massa cinzenta.
Esse tipo de tratamento poderia beneficiar os indivíduos e, potencialmente, a sociedade como um todo se aumentarem a competitividade da força de trabalho.
Mas uma "supercapacitação" das funções cognitivas pode ter efeitos colaterais indesejados, como prejudicar a capacidade do cérebro de filtrar informações triviais ou traumáticas, fazendo com que a pessoa seja atormentada por memórias indesejadas ou traumáticas.
Reuters

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O SEMCIÊNCIA mudou de casa

Aborto: um passo por vez

Wormholes