Sunshine

Confira aqui uma resenha da New Scientist.

SÃO PAULO (Reuters) - "Sunshine -- Alerta Solar", estrelado pelo irlandês Cillian Murphy, é uma ficção científica com toques filosóficos e metafísicos, que tenta (e muito) remeter ao clássico "2001 -- Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick.
Murphy estréia neste final de semana outro filme no Brasil, o drama político "Ventos da Liberdade", de Ken Loach.
Dirigido por Danny Boyle ("Trainspotting", "Extermínio"), "Sunshine" também recorre a um mito grego e se revela uma fábula moral.
O nome da espaçonave em que viajam os personagens é Ícaro II -- em uma referência à lenda grega do rapaz que se encantou com o sol e voou para muito próximo dele, teve as asas de cera derretidas e acabou morrendo.
Desde a primeira cena, "Sunshine" destaca que o sol não é apenas um astro, é também um elemento que seduz seus personagens. Um homem dentro da nave espacial olha encantado a estrela, enquanto um narrador diz que o sol está morrendo e que ele e sua equipe foram enviados para uma tentativa de reavivá-lo, que é vital para a sobrevivência da Terra.
Dentro da nave, há uma equipe formada por oito pessoas das mais diferentes origens e experiências, desde um psicólogo Maori (Cliff Curtis) até um capitão japonês (Hiroyuki Sanada), passando por um físico irlandês (Cillian Murphy), uma piloto norte-americana (Rose Byrne) e uma botânica chinesa (Michelle Yeoh, de "Memórias de uma Gueixa").
O confinamento e os pequenos sacrifícios em favor de um bem maior fazem lembrar o Big Brother (o programa da TV, e não o de George Orwell). Além de reativar o sol, a tripulação deve descobrir o que houve com Ícaro I, a nave que tinha a mesma missão deles, mas foi perdida ao longo da jornada.
Boyle e seu roteirista, o escritor inglês Alex Garland (autor de "A Praia"), deixam claro que estão em busca de algo bem maior do que explorar as diversões comuns ao gênero de ficção científica.
Aqui, eles buscam combinar explosões e correrias com questionamentos filosóficos e metafísicos -- o que dá mais densidade ao filme. A bordo da nave também está o computador Ícaro, que com sua voz doce e feminina mais parece uma descendente de Hal, de "2001".
Se o roteiro começa a ficar confuso em sua última parte -- com a introdução de um novo personagem e a soma de um novo gênero, o terror -- os efeitos visuais nunca perdem a expressividade. A trama, porém, vai deixando de lado o equilíbrio de sua primeira hora para se tornar apenas um filme de perseguição e sustos.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

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